segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mostra nacional de curtas-metragens de S. João da Madeira«Curta2» abriu e encerrou com chave-de-ouro


Imprimido em 28-07-2009 0:33:13Jornal O RegionalVersão original em:http://www.oregional.pt/index.asp?idEdicao=372&id=12999&idSeccao=3874&Action=noticia
SECÇÃO:
Cultura
24 curtas-metragens estiveram em exibição de quinta-feira a sábado, nos Paços da Cultura. A «Curta2 – a mostra nacional de curtas-metragens de S. João da Madeira» trouxe até S. João da Madeira realizadores e amantes do cinema português. Pelo meio houve também workshops com quase 20 participantes.Abriu com uma homenagem a Manuel de Oliveira e encerrou com a cineasta Raquel Freire e a sua experiência e visão do cinema português. Mas foram sobretudo “três dias e três noites” de mostra de curtas-metragens e workshops, usando as palavras de Salomé Pinto, no primeiro dia do certame, o que a «Curta2» trouxe até aos Paços da Cultura.Esta iniciativa, integrada no Ano Europeu da Criatividade e Inovação através do programa nacional «Criar 2009», contou no seu primeiro dia, 16, com a exibição da curta-metragem convidada «Azeitona». Sendo a tese de mestrado de um grupo de alunos da Universidade da Beira Interior, a película retrata precisamente uma estudante universitária do curso de cinema que tem de realizar um filme sobre a obra de Manuel de Oliveira. No final podemos dizer a mensagem é que todos nós temos um pouco de Manuel de Oliveira nas nossas vidas. Também na sessão inaugural da «Curta2», passou na tela um trabalho de um grupo de alunos da Escola Secundária Serafim Leite, instituição que tem apresentado filmes na «Curta» desde a sua primeira edição.Um evento que se repitaPresente no primeiro dia do certame esteve o vice-presidente da autarquia, Rui Costa, que destacou o trabalho da Teia dos Sentidos, a associação dinamizadora da «Curta2», pelo seu trabalho na promoção de várias formas de arte. O também vereador da Cultura referiu que o certame tem permitido trazer à cidade “pessoas de fora” e aproveitou para promover os dois grandes projectos culturais que a autarquia está a desenvolver: o Centro de Indústrias Criativas na Oliva e a Casa das Artes e da Criatividade no antigo cinema Imperador.Sobre a «Curta», Rui Costa mostrou o desejo para que se repita por muitas mais edições, dizendo que a cidade “precisa e quer este tipo de actividades”.Falta vontade políticaNo sábado, o último dia da mostra, depois de uma manhã e tarde dedicadas aos workshops – guionismo; webdoc; pinhole; e cianotipia – a noite recebeu as últimas cinco curtas-metragens em exibição e a cineasta portuguesa Raquel Freire encerrou a mostra com uma conversa com a assistência.Para a realizadora, “falta vontade política” para se promover o cinema nacional, dando como exemplo as medidas que o Ministério da Cultura brasileiro aplicou no país e que promoveram a produção cinematográfica. A pirataria é coisa que não assusta Raquel Freire, que afirmou que quando produz algo é para que todos o possam ver, dizendo mesmo que nem na Sociedade Portuguesa de Autores está inscrita. A realizadora, que teve formação superior em Direito mas nunca exerceu, considera que viver do cinema em Portugal é complicado, mas não impossível. “Estamos todos tão aflitos para sobreviver”, disse Raquel Freire, que todos a felicitaram quando anunciou que no próximo ano iria dar aulas, em vez de filmar. Para a realizadora de «Rasganço» e «Veneno Cura» a dimensão do nosso país também dita o cinema nacional como um negócio pequeno. Depois, as televisões portuguesas também não compram o cinema nacional, como as televisões espanholas ou italianas fazem, o que impulsiona a indústria e cria público.Raquel Freire também destacou o “grande ânimo” que eventos como a «Curta» dão aos realizadores e jovens em início de carreira e não deixou de destacar o acesso mais facilitado à produção de cinemaque as novas tecnologias trouxeram.A dar por terminada a «Curta2», Alexandra Alves da Teia dos Sentidos, referiu ainda que a sessão de exibição das curtas-metragens mais votadas ainda não tem data definida, mas a organização da «Curta» aponta o mês de Setembro como a altura mais provável para a iniciativa se realizar.


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